domingo, 28 de setembro de 2008

Uma história à inglesa

A única coisa que se sabia acerca daquela estranha e velha mulher que ocupava o n.º 7 da Rua da Junqueira era o facto de ter imensos gatos, nunca se sabia ao certo quantos eram pois, volta e meia, aparecia no quintal um gato que nunca ninguém vira ate então.
Dizia-se na aldeia que, o facto de nunca ter tido um marido, pelo menos conhecido, a tornara um bocado louca, pelo menos excêntrica era, e denotava-se essa loucura na estranha aversão que tinha por humanos. O seu comportamento quase felino levou a que as pessoas da aldeia se afastassem dela e as crianças quase impingidas pelos avôs a amoverem-se da estranha senhora, já com tantas rugas que mais parecia ter perto de 100 anos.
A mim sempre me pareceu simpática. Quando cheguei à aldeia era tudo muito estranho e novo para mim, e a casa da vizinha, estranha como era, sempre me despertou um especial interesse com as suas altas sebes, como se quisesse que ninguém entrasse, contudo podíamos ver a fachada da casa, parecia torta, e tinha tantas janelas que parecia ter sido, à muito tempo, uma casa imperial, tinha um ar sujo e as janelas deixavam denotar que dentro da casa existia imenso pó, parecia abandonada.Um dia quis explorar a casa e quando finalmente consegui passar a sebe encontrei do outro lado uma senhora que me olhava com olhos curiosos, muito abertos como quando um gato vê algo pela primeira vez.
(...)