A única coisa que se sabia acerca daquela estranha e velha mulher que ocupava o n.º 7 da Rua da Junqueira era o facto de ter imensos gatos, nunca se sabia ao certo quantos eram pois, volta e meia, aparecia no quintal um gato que nunca ninguém vira ate então.
Dizia-se na aldeia que, o facto de nunca ter tido um marido, pelo menos conhecido, a tornara um bocado louca, pelo menos excêntrica era, e denotava-se essa loucura na estranha aversão que tinha por humanos. O seu comportamento quase felino levou a que as pessoas da aldeia se afastassem dela e as crianças quase impingidas pelos avôs a amoverem-se da estranha senhora, já com tantas rugas que mais parecia ter perto de 100 anos.
A mim sempre me pareceu simpática. Quando cheguei à aldeia era tudo muito estranho e novo para mim, e a casa da vizinha, estranha como era, sempre me despertou um especial interesse com as suas altas sebes, como se quisesse que ninguém entrasse, contudo podíamos ver a fachada da casa, parecia torta, e tinha tantas janelas que parecia ter sido, à muito tempo, uma casa imperial, tinha um ar sujo e as janelas deixavam denotar que dentro da casa existia imenso pó, parecia abandonada.Um dia quis explorar a casa e quando finalmente consegui passar a sebe encontrei do outro lado uma senhora que me olhava com olhos curiosos, muito abertos como quando um gato vê algo pela primeira vez.
(...)
domingo, 28 de setembro de 2008
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