domingo, 7 de junho de 2009

Num Bairro Moderno


«E eu, apesar do sol, examinei-a:
Pôs-se de pé, ressoam-lhe os tamancos;
E abre-se-lhe o algodão azul da meia,
se ela se curva, esguedelhada, feia,
E pendurando os seus bracinhos brancos.
(...)
E pitoresca e audaz , na sua chita,
o peito erguido, os pulsos nas ilhargas,
Duma desgraça alegre que me incita,
Ela apregoa, magra, enfezadita,
As suas couves repolhudas, largas.
(...)»

Este poema de Cesário Verde é um exemplo perfeito da descrição detalhada que ele nos faz do mundo exterior e de todos os seus pormenores. Este poema aborda um dos temas preferidos de Cesário, a Mulher.
Se atentarmos na descrição desta personagem conseguimos imaginá-la, com todos os pormenores, desde a sua figura até à cena que a envolve, levantando-se e mais tarde apregoando os seus vegetais num bairro de Lisboa, tal como seria na época.
É esta descrição sincera que torna Cesário único.
Numa leitura completa do Poema podemos ver toda a cena, desde o criado da varanda até ao cesto de vegetais, que fez lembrar a Cesário, numa "visão de artista", um ser humano de proporções carnais.
Neste quadro, «Les repasseuses», não podemos ver a cena representada no poema. Mas, tal como a poesia de Cesário é um quadro realista que atenta nos pormenores.

2 comentários:

Cesar Galocha disse...

identifique o quadro. Corrija a acentuação. Veja o seu texto de apresentação tem alguns "lapsus linguae".

Anónimo disse...

Caro Alexis,

Um bom ano escolar para ti e para a turma.
Estou a mostrar o vosso trabalho a alunos da Escola da Batalha. Estão admirados com a vossa capacidade.

Abraço
César Galocha